Nostalgia

De repente me bateu uma nostalgia.

Antigamente tudo era mais fácil.

Era tudo tão simples, hoje é tão complicado.

A única coisa que eu queria era brincar de Barbie, só me preocupava com isso. Eu era viciada em Barbies.
Taynara e eu sempre brincávamos, saiamos do colégio, passávamos aqui em casa pra buscar as minhas coisas, íamos pra casa dela e ficávamos a tarde toda brincando de Barbie... Fazendo roupinhas... Embora as dela nunca prestassem e as minhas nunca terminassem.
Quase todo dia ligávamos uma pra outra, mesmo sem ter assunto e se vendo praticamente todos os dias.
Mas não sei em qual momento a nossa amizade se perdeu... E ficou uma grande ausência no lugar, um abismo se abriu entre a gente.
Por mais que eu queira, nunca mais será a mesma coisa. “Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio” Heráclito. Acho que vou levar isso pra vida!
Hoje não há mais telefonemas... E eu estou cansada de correr atrás, não tô mais a fim de me esforçar sozinha...
E realmente eu acho que não adiantará, tudo mudou muito. Me sinto uma completa estranha quando estou com ela, não a conheço mais. Mudamos, somos outras pessoas agora. Nem assunto temos. Agora é outra fase, e acho que dessa talvez não façamos parte uma da outra.
E toda vez que vejo a Taynara é isso que eu sinto, nostalgia. Fico lembrando coisas passadas, mas que nunca mais acontecerão.

Hoje tudo mudou...

Íamos ao shopping pra fazer nada. Usávamos umas roupas bem bregas, plataforma, saia jeans, baby look, cabelo cacheado com creme, ouvíamos aquelas bandinhas, mas era legal, me divertia com pouco.
Era divertido ir ao shopping pra não fazer nada. Hoje não consigo fazer isso, não tenho mais paciência e talvez nem tempo...

Estou percebendo que o tempo tá passando e que cada vez mais eu perco pessoas. Tudo bem que eu ganho outras, mas não quero perder quem eu já conheço. Não quero me desprender.

Não gosto de mudanças... Não quero que as coisas mudem...

Tá tudo tão diferente...

Sinto falta da simplicidade e da ingenuidade de antigamente...

Eu sei que é bom mudar, precisamos progredir, mas às vezes eu me pego pensando se eu realmente gosto do que eu me tornei. Muitas das coisas que eu falava mal, julgava, hoje em dia fazem parte do que eu sou. Não sei se isso é bom ou ruim.